sexta-feira, novembro 30, 2007

Jo e as mulheres angolanas



Esta semana comentei com amigos sobre o que havia lido sobre esta entrevista. Acabo de vê-la. É revoltante. Vejam aqui Jo e um tal de Rui Moraes e Castro comportaram-se como dois imbecis. O deboche fica claro. Sabe-se que não se deve brincar com rituais de povo nenhum, menos ainda em lugares onde mulheres sofrem pressões culturais. É de dar nojo.
Grosseria pura.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Lembrando Horus...





Se eu estivesse no Rio iria. Horus Vital Brasil foi meu professor em muitas ocasiões. Era um homem elegante e inteligente. Sempre de blaiser, parecia um lord. Gostava dos meus desenhos, fiz caricaturas dele em aula, dava no final, ele sorria e agradecia. Nos Natais comprava meus cartões para enviar aos amigos. Uma pena que já não esteja aqui, mas é daqueles que serão lembrados sempre. Era um homem de poucos sorrisos, mas passava afeto.

Jornada Externa
Tema: Psicanálise e Política
Local: Auditório RDC - Campus da PUC-Rio - Gávea - Rio de Janeiro/RJ
Dia: 01 de dezembro (sábado) - 9 horas
Coordenação: Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle – SPID
Contato: Lucilia [(21) 2522-0032] ou admspid@unisys.com.br

Frente à tendência do homem contemporâneo ao individualismo exarcebado, a Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle – SPID discute em sua Jornada Psicanálise e Política o estabelecimento do laço social nos dias de hoje.
Na oportunidade, será lançada a obra Psicanálise, uma prática teorizada, em homenagem a Horus Vital Brazil, um dos fundadores da Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle, que existe há 55 anos, e pioneiro da Psicanálise no Brasil.

Horus Vital Brazil - O psicanalista Horus Vital Brazil, como clínico e teórico de consistência invejável, foi um defensor radical do pluralismo e da interlocução com todos os saberes e manifestações artísticas.
Em todos os textos do livro encontram-se os efeitos da sua defesa incansável da primazia da clínica e da necessidade de se expandir ao máximo o pensar psicanalítico.

Lançamento da revista Tempo Psicanalítico - vol. 39
Dia: 4 de dezembro (terça-feira) - 20 horas
Local: Livraria da Travessa - Rua Visconde de Pirajá, 572 - Ipanema - Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 3205-9002.

A Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle – SPID, uma das sociedades mais antigas do Brasil, publica a revista Tempo Psicanalítico que congrega trabalhos de diversas instituições, nacionais e internacionais. A revista no seu 39º numero (2007) traz como tema principal o Erotismo, que significa mais que a paixão entre os homens, é o que permite o encontro deles no laço social. Eros se contrapõe à destrutividade das relações conflituosas, da violência social e urbana, dentre outras questões cruciais para compreender o ser humano e sua inserção na sociedade.

Realização:

SOCIEDADE DE PSICANÁLISE IRACY DOYLE - SPID
Filiada à International Federation of Psychoanalytic Societies
R. Visconde de Pirajá, 156 /307-310
22410-000 - Ipanema - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2522-0032 ou (21) 2267-8194
E-mail: admspid@unisys.com.br
Site: www.spid.com.br


Apoio:
Associação dos Antigos Alunos da PUC-Rio - AaA.PUC-Rio
E-mail: aaa@aaa.puc-rio.br
R. Marquês de São Vicente 225 - Ed. Cardeal Leme - Sobreloja
Gávea - 22453-900 - Rio de Janeiro/RJ
Tel./Fax: (21) 3527-1466/1467/1468

Visite o site da AaA PUC-Rio: www.aaa.puc-rio.br

segunda-feira, novembro 26, 2007

Lançamento de livro 2



Esta foi a imagem que Ângela enviou para que fizéssemos um conto, ou ensaio. Fiz um continho, que é o que eu gosto.


Como uma das colaboradoras do livro- fiz um conto- tenho o prazer de convidá-los para:


Exposição
:

Um amor (sertão) que já nasce estrangulado de saudade

No dia 28 de novembro (numa quarta-feira), no Solar Bela Vista (aquele belo prédio que fica na Cidade Alta olhando a Ribeira e que está comemorando seus 100 anos); lá, eu estarei expondo os meus mais recentes trabalhos.

São dez obras ao todo, com técnica de pintura com pigmento, bordados, aplicações com tecidos e linhas; cinco delas nos tamanhos de 1,90 x 1,50m. Essas levam o tema Cartas de Diadorim. Tomei a personagem de Guimarães Rosa, quando, no romance, ela já se encontra morta e mulher, e, assim, passa a escrever cartas para Riobaldo, confessando um amor nunca revelado.

Os outros cinco trabalhos têm a mesma técnica, porém muda a personagem. São Cartas de Solidão de uma personagem de um conto que escrevi no ano 2000, e os tamanhos vão de 1,00 x 1,30m, aproximadamente.

Compõe também a exposição um livro de artista com textos de poetas e ensaístas convidados. O livro tem 37 páginas de 50 x 50cm em papel e tecido, com texturas, pinturas e textos.

Essa exposição é um dos eventos dentro das comemorações dos 100 anos do Solar Bela Vista, que atualmente está sob a direção da artista plástica Selma Bezerra.

Livro

Dentro dessa exposição haverá também o lançamento do livro Um amor (sertão) que já nasce estrangulado de saudade, de minha autoria. O livro faz parte da Coleção Metamorfose do Grecom-UFRN e é o quinto volume da coleção e lançado pela editora Flecha do Tempo.

Exposição de Dimas

Expõe, na mesma noite, o escultor Dimas de Acari, RN, suas esculturas maravilhosas e enigmáticas.

Tudo começa a partir das 18h00.

Selma, a diretora do Solar Bela Vista, promete um bom vinho e eu muito alfinim.

Um abraço e até lá.

Angela Almeida

* Responsabilidade Social *




Repassem, não custa nada.
A Luma conta:

Recebi um e-mail da Karla Andrade, que assim diz:

"Amigos,
Em nov de 2007, foi encontrado na rua, uma criança de aproximadamente 2 anos muito bem cuidada e muito bem vestida, e, disse se chamar Tiago. Levado ao juizado, foi encaminhado ao 'Nosso Lar', onde trabalho. Temos informações de que diligências foram feitas na região onde a criança foi encontrada, e nada. Todas as delegacias notificadas, e nada.

Não foi possível nenhum tipo de informação dessa criança. Como o tempo está passando, ela logo será encaminhada para adoção, mas não acredito que ela não tenha ninguém nesse mundo, pois quando ele chegou chorava muito e apresentava bons costumes.

Já tentei com um amigo na Globo veicular a sua imagem, na tentativa de localizarmos a sua família, mas não é possível pois a política da Globo não permite a divulgação de crianças desaparecidas, o que não é o caso, pois essa é 'aparecida'.

Eu, Soraya Pereira, Presidente do Projeto Aconchego, Grupo de apoio à Adoção e ao Apadrinhamento de Brasília, após constatar a veracidade do fato com a diretoria do Abrigo 'Nosso Lar', venho pedir a vocês que divulguem essa notícia.

Meu obrigada,
Soraya Kátia Rodrigues Pereira
Amigos estamos fazendo apenas a nossa parte social.
SEGUE A FOTO DA CRIANÇA, REPASSEM, POR FAVOR."

CENTRO COMERCIAL DO CRUZEIRO, BLOCO D-20, SALA 403
Bairro: CRUZEIRO VELHO
Cidade: BRASÍLIA
Estado: DF - Cep: 70640-515

Copiei daqui.

domingo, novembro 25, 2007

Encontrei este vídeo via blog de Glória Perez. O espaço dela é bom, vão conferir.

Surge 3º caso de mulher presa em cela com homens no Pará

Mulher presa entre homens


Inacreditável!!!!!!!!!!!!!!!
Há dias venho acompanhando o crime cometido contra uma jovem que foi presa entre homens e recebia comida em troca de sexo. Chocante!!!! É inacreditável que isto aconteça no Brasil HOJE. É inadmissível assistirmos impassíveis a um crime desta ordem. Ok, vemos tanta violência por aí, já banalizou, mas por favor... é possível passar por cima disto?
Não choca apenas por ser uma menina ainda, mas por ser uma mulher presa entre homens. A lei proíbe isto. Por que os responsáveis pela prisão da moça deixaram acontecer? Ela foi presa, precisou de um mandato de prisão. Ninguém sabia????? Cadê o delegado, o carcereiro, a juíza (foi uma juíza que a colocou lá)?
Hoje li que os presos- homens- cortaram seu cabelo para despistar os que da rua pudessem ver- a prisão é num galpão separado da rua por um portão de grades, apenas, visível de quem passa.
É demais!
Acho que todos devemos bocar a boca no trombone, não dá para ficar em silêncio. NÃO pode acontecer de novo! Se ficarmos de olho quem sabe este tipo de violência diminui? Há discriminação contra mulheres, gays, índios, negros. Vamos mudar isto. Chega!!!!!


Surge 3º caso de mulher presa em cela com homens no Pará


Está no O Globo
23/11/2007 - 01h47 - Atualizado em 23/11/2007 - 08h47

Crise na Polícia Civil se estende até Tucuruí.
Pais de menina de 15 anos, que dividiu cela com 20 homens, ganham proteção especial.
Um movimento ligado à defesa de mulheres no Pará denunciou, nesta quinta-feira (22), um terceiro caso de jovem presa e colocada em uma cela com homens. A denúncia surgiu em Tucuruí. A governadora Ana Júlia Carepa (PT) disse que esses casos não irão se repetir e que está concluindo a construção de delegacias para receber mulheres.

Veja o site do Jornal da Globo

Já a família da menina de 15 anos, detida e deixada em uma cela com 20 homens, cujo caso detonou uma crise na Polícia Civil de Abaetetuba, foi incluída, por segurança, no programa de proteção a testemunhas.

A cada dia, surge uma nova denúncia de mulheres que dividem cela com homens no Pará. Em Tucuruí, um movimento de mulheres afirma que é comum presas serem colocadas junto dos homens.

“Nós queremos que as nossas mulheres paguem para a sociedade o que elas devem, mas com dignidade”, disse Maria Valente, coordenadora do movimento.

Uma mulher, que não quer se identificar e que diz estar grávida de cinco meses, contou que passou duas semanas presa por tentativa de homicídio. “Sempre com homens”, afirmou.

Em Parauapebas, mulheres também têm dividido celas com homens, de acordo com um promotor. Na quarta-feira (21), uma delas foi transferida para outra cadeia. “Já tivemos outros casos”, disse.



Ameaças
O pai da garota de 15 anos que ficou na mesma cela com 20 homens, em Abaetetuba, diz que foi ameaçado pela polícia para forjar uma certidão de nascimento falsa para a filha. A adolescente confirmou à Corregedoria da Polícia Civil que sofreu abuso sexual e que era obrigada a manter relações com os presos em troca de comida.

“Ela confirmou que em determinado momento recebeu essa proposta. Em princípio, não aceitou. Posteriormente, teve que aceitar por conta da fome”, afirmou Maria Pereira, corregedora-geral da Polícia Civil do Pará.

A certidão de nascimento da menor prova que ela tem 15 anos. Nesta quinta, o pai biológico da menina procurou a Corregedoria da Polícia Civil. Ele disse que três policiais o ameaçaram. “Se eu não cooperasse, poderia ser preso”, afirmou o lavrador.


Investigação
O delegado-geral Justiniano Alves Jr promete investigar. “Isso é grave. Vamos chamar, ouvir o pai. Se algum policial estiver fazendo isso vai responder civil e penalmente”.

Por conta da repercussão do caso e por segurança, a família da adolescente foi incluída no programa de proteção a testemunhas.


Governadora
A governadora do Pará, Ana Júlia, não respondeu se conhecia a prática de que mulheres eram colocadas em celas com homens. Ela prometeu que o caso não irá se repetir. “Determinei, através de decreto, que se estiver numa prisão em flagrante, seja menor, seja mulher, tem que seguir o Estatuto da Criança e do Adolescente. No caso das mulheres cela com condição digna, e, se não tiver, que comunique ao juiz pedindo transferência para outra comarca ou município.”

Ana Júlia afirmou ainda que o estado terá celas para mulheres no futuro. “Como as nossas delegacias não estão todas prontas, o projeto é que as delegacias que vamos inaugurar tenham locais adequados para mulheres”.


JORNAL DA GLOBO

Pai de presa denuncia ameaças

O pai da menina que ficou presa com 20 homens no Pará diz que sofreu ameaças da polícia para forjar uma certidão de nascimento da filha. Entidades dizem que a prática é comum no estado
Veja vídeo aqui
Data: 22/11/07 | Duração: 3m15s|

Leia post anterior.

Um crime diante de todos

Deu na "Folha de São Paulo":

"Todos sabiam que menina estava no meio dos homens"

Moradores dizem que jovem aproveitava proximidade da cela com a rua para pedir ajuda

Segundo tia de um dos presos que foi transferido após caso ser descoberto, população tinha medo de denunciar a situação

LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A BELÉM (PA)

MARLENE BERGAMO
REPÓRTER-FOTOGRÁFICA

Da rua em frente à delegacia de polícia de Abaetetuba, 130 km de Belém, tem-se visão ampla da carceragem, um galpão de 80 metros quadrados, três banheiros minúsculos e uma cela de segurança, separados da cidade livre apenas por um portão de grades enferrujadas.
Foi lá que, durante pelo menos 20 dias, uma menina de 15 anos, L., acusada de tentativa de furto, permaneceu encarcerada com mais de 30 homens, submetida a abusos sexuais, violência e estupros seguidos, que só tiveram fim no dia 15.
"Era um show isso daqui. Todo mundo sabia que a menina estava lá no meio daqueles homens todos, mas ninguém falava nada", disse uma mulher na delegacia, sexta-feira à noite.
"Antes de comer, os presos se serviam dela", lembra inflamada outra mulher, falando alto bem em frente à sala do delegado de plantão. Refere-se ao fato de os presos obrigarem a menina a praticar sexo como condição para lhe darem alimento.
"Ela gritava e pedia comida para quem passava, chamava a atenção para si, e, como ela era conhecida por aqui, não dava para ignorar", afirma outra.
Nos bastidores do governo federal, em Brasília, existe a convicção de que o caso configura-se em uma das mais graves violações dos direitos humanos, uma ofensa ao Estatuto da Criança e do Adolescente, além de ferir os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.
O mais constrangedor, porém, é que todo esse horror foi patrocinado por instituição do Estado (a Polícia Civil) comandada pela petista Ana Júlia Carepa, governadora do Pará.
L. não poderia estar no sistema penitenciário, menos ainda sob acusação de tentativa de furto e, pior, presa entre homens. "Só se pode internar um adolescente por violência, grave ameaça ou prática reiterada de delito grave, o que não era o caso", diz a advogada Márcia Ustra Soares, 42, da subsecretaria de promoção dos direitos da Criança e do Adolescente da Presidência da República.
Os presos até que tentaram camuflar a presença daquele corpo estranho no meio de tantos homens. "Minha filha tinha cabelos lindos e encaracolados que iam até o meio das costas", diz a mãe biológica. "Cortaram o cabelo dela com um terçado [facão], para disfarçar que se tratava de uma menina. Cortaram é modo de dizer, escalpelaram a minha filha." Mas não funcionou.
L. continuou vestindo as roupas que usava ao ser presa -sainha curta e blusinha que deixava evidentes os seios adolescentes. Seu corpo mirrado, com menos de 1,40 m, tampouco permitia que ela fosse enfiada nas roupas de seus companheiros de cela.
A carceragem onde a menina ficou trancada agora está quase vazia -os homens presos que conviveram com ela foram todos removidos para penitenciárias próximas. Apenas um jovem de 19 anos, Landrisson André Santos Mauegi, acusado de tentativa de furto de uma bicicleta, estava detido no local na sexta-feira (ele foi parar lá depois da libertação de L.). A mãe de Landrisson, Maria Santos, 75, vai ao local todos os dias para levar sanduíches, cigarros e conforto ao seu caçula. Nem precisa passar pelo carcereiro. Basta esticar o braço.
Se era tão flagrante a identidade feminina e quase infantil de L., por que ninguém denunciou antes? "Medo de morrer. Aqui todo mundo tem medo", diz a tia de um dos presos transferidos. "Se a delegada põe uma menina na cela com os homens, e a juíza mantém ela lá, quem sou eu pra denunciar. Aliás, denunciar para quem?"
A delegada a que se refere a mulher é Flávia Verônica Pereira, responsável pela prisão em flagrante de L. A juíza é Clarice Maria de Andrade.
No dia 14, finalmente, o Conselho Tutelar de Abaetetuba recebeu uma denúncia. Anônima. A delegada foi afastada de suas funções no dia 20 e a juíza está sendo investigada pela Corregedoria de Justiça. A Folha tentou sem sucesso contatar ambas por telefone na sexta.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Lançamento de Livro




ADOTE- Associação de Orientação aos Deficientes,
convida para as comemorações de seus 25 anos, lançando o livro "Pedaços de vida" de Shirley Carvalho- uma de suas fundadoras.
Data: 23 de novembro de 2007
Horário: 17 hs
Local: Av. Perimetral Sul, 270
Cidade da Esperança
Natal
RN

quarta-feira, novembro 14, 2007

Dia Mundial do Diabetes



Dia Mundial do Diabetes: mal atinge cada vez mais crianças e adolescentes


A estátua do Cristo Redentor foi iluminada de azul para lembrar a luta contra o diabetes, nesta quarta-feira, no parque da floresta da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro
Copiei daqui.

sábado, novembro 10, 2007

Women In Art


Maravilhoso!!!!
Uma das coisas mais bonitas que vi na internet.

A árvore do Tom e as outras árvores...



Vi na Tv, ao acaso, um professor da UFRN falando sobre isto.
Uma das coisas que mais estranho aqui é a falta de árvores. A rua onde morei no Rio era arborizada, em Curitiba também. Aqui dizem que não gostam de árvores, porque sujam as ruas e trazem morcegos- juro que já ouvi mais de uma vez isto! Morcegos não fazem mal a ninguém, Ipanema é cheia de morcegos naquelas árvores grandes e velhas.
Deus meu!!!!!
Por favor, vamos nos mover, conscientizar as pessoas sobre a importância da árvores.
Estamos em perigo.
Vejam aqui o plano diretor para a cidade de Natal.

Sigamos o caminho do Tom Jobim, que amava as árvores, a natureza.


Esta é a árvore 'dele', que está no Jardim Botânico do Rio.

Estamira comove

Difícil falar nela, é uma pessoa especial, uma mulher, que se tivesse sido tratada, como nós, teria tido uma vida extraordinária, com certeza teria dado muitas contribuições. Há lucidez na fala dela, e muita. Aqui tem mais Estamira.

sexta-feira, novembro 09, 2007

Contardo Calligaris












Estamira e "Transamérica"


CONTARDO CALLIGARIS

Odiamos o outro não por ele ser diferente, mas para ignorar que ele é parecido conosco

DURANTE QUATRO anos, Marcos Prado escutou Estamira, uma senhora de mais de 60 anos que vivia entre seu barraco (habitado e cuidado com a dignidade devida a uma casa) e seu lugar de trabalho (um aterro de lixo, onde ela passava dias e noites a fio).
Dessa experiência, Prado fez um filme, "Estamira", que é um extraordinário documento sobre a humanidade da loucura. Ele nos apresenta o território de Estamira (o mundo físico pelo qual ela anda), suas relações (de família e de amizade) e seu mundo íntimo, ou seja, o sentido que ela atribui ao seu ser.
Alguns psicólogos reconhecerão nessa tríade (mundo físico, relações e intimidade) as três categorias da psicologia existencial de Ludwig Binswanger. Pensei em Binswanger e na generosidade de sua clínica e de seu pensamento quando, comentando o filme, uma amiga e colega me disse: "Estamira é delirante, mas suas palavras, poéticas, fantásticas ou brutais, são coisas que ela diz não porque é psicótica, mas porque é ela, Estamira".
Que falemos lugares-comuns (como a maioria dos neuróticos) ou expressemos curiosas visões do mundo (como quem parece delirar), de qualquer forma, não há quadro clínico que possa (e deva) anular a unicidade de nossa presença no mundo, a dignidade do que se chamava, tempo atrás, nossa "pessoa". Marcos Prado permitiu que Estamira lhe (e nos) falasse porque quis e soube escutá-la como se escuta, em princípio, um semelhante. Com isso, o filme é absolutamente imperdível para quem, "psi" ou não, esteja disposto a se aproximar da loucura, ou melhor, a descobrir que o "louco" é estranhamente próximo da gente.
A cosmologia de Estamira (o além, o além do além, o mundo abarrotado que transborda) e sua religião (uma briga constante com Deus e com o Trocadilho, face diabólica e maldita do mesmo) não são menos verossímeis do que muitas de nossas crenças. A diferença é que nossas crenças são delírios que tiveram sucesso e ganharam credibilidade por serem compartilhados pela maioria.
Estamira (esse talvez seja o drama fundamental da loucura) deve inventar sozinha os meios de dar sentido à sua presença no mundo. Ela consegue essa façanha atribuindo-se o destino de ter de transmitir o que ela vê.
O Trocadilho, ao persegui-la, lhe deu uma missão, que é (como esperar outra coisa de um deus com esse nome?) um jogo de palavras: Estamira é esta mira, o olhar que tudo vê e tudo deve revelar. Missão cumprida, graças a Marcos Prado.
Corolário: quem não acredita na reforma psiquiátrica veja o filme e se pergunte: será que nossa sociedade pode tolerar a loucura só na margem extrema (o além do além) do lixão ou na clausura dos hospícios?
Quero mencionar um outro filme, antes que saia de cartaz. "Transamérica", de Duncan Tucker, é uma ficção e, à primeira vista, pouco tem a ver com "Estamira". Salvo que ambos os filmes nos forçam a descobrir destinos e jeitos de estar no mundo que são, no melhor dos casos, objetos de nossos olhares compassivos ou, mais freqüentemente, de exclusão, zombaria e ódio. O ódio, nesses casos, é o índice de uma cegueira proposital: odiamos o outro não por ele ser diferente de nós, mas para poder ignorar que ele é parecido conosco.
O herói (ou a heroína) de "Transamérica" é um transexual que, na hora em que obtém, enfim, o direito de ser operado e mudar de gênero, descobre que é pai de um filho adolescente. Difícil assistir ao filme sem entender de vez o seguinte: o drama de quem vive num corpo que lhe parece estrangeiro (por ser de um gênero no qual ele não se reconhece) tem pouco a ver com os avatares do desejo sexual. É um drama de identidade.
Algumas leituras para a fila do cinema. A Martins Fontes publica os seminários de Michel Foucault: no ano passado, "Os Anormais" e, neste ano, "O Poder Psiquiátrico". O Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos acaba de publicar "Política, Direitos, Violência e Homossexualidade, Pesquisa na Nona Parada do Orgulho GLBT São Paulo 2005", de Carrara, Ramos, Simões e Facchini. A pesquisa confirma que, em matéria de discriminação, o transexual, que discorda de seu próprio gênero, é a vítima preferida.
É difícil abandonar o conforto da crença de que nós somos os "normais". Mais difícil ainda é admitir que a anatomia de nosso corpo possa não bastar para nos dar a certeza de que somos homem ou mulher.


Mais "Estamira", e mais aqui.


















PS: As fotos são do filme Estamira.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Estamira, a excluída


Foto maravilhosa de Marcos Prado, vejam a expressão desta mulher, que olhos! Quem disse que eles são os loucos e não nós? Posted by Picasa
Leiam o texto no post abaixo.
E vocês conhecem o filme sobre o Museu do Inconsciente de Leon Hirszman? eu vi faz tantos anos... é muito bonito e comovente.

terça-feira, novembro 06, 2007

Que ato falho!



Que saia justa! Ato falho dos brabos. O tal Sérgio existiu mesmo, é só conferir no Google, está . O sujeito que encomendou a anúncio devia querê-lo fora do seu caminho.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Somos o que comemos?




Descobri um livro jóia agora. Um fotógrafo, Peter Menzel fotografou 30 famílias de 24 países e o que elas comem em uma semana. Vejam estas duas fotos e o site aqui

Esqueceram de nos colocar na lista...seria interessante...

Ah! a ração brasileira seria: refrigerantes, cervejas, batatas fritas, pizzas, carnes, enlatados, biscoitos- todo tipo.
Chocolate em pó, chocolate em pacote, chocolate em barra, bombons, o que mais?
Leite, arroz, feijão, pão, poucas verduras, poucos legumes, quase nada de frutas...
Acertei?




sábado, novembro 03, 2007

A África sob o olhar de Sebastião



Da 'Folha':

Salgado compila suas viagens à África

Fotógrafo reúne cerca de 300 imagens feitas ao longo de 30 anos no continente e apresenta pela primeira vez fotos de natureza

Sebastião Salgado prepara oito livros com 30 grandes reportagens sobre o planeta; regiões do Brasil serão tema de três delas...
Mais na Folha

quinta-feira, novembro 01, 2007

Hoje tem Contardo



"O Passado"

Contardo Calligaris


Nada passa, nunca; tudo o que acontece é indelével, sobretudo em se tratando de amor



"O PASSADO
", de Hector Babenco, estreou na última sexta-feira. O filme, que, antes disso, abriu a Mostra de Cinema de São Paulo, é inspirado no romance homônimo de Alan Pauls (Cosac Naify).
Resumindo a história ao osso, para não estragar o prazer dos espectadores futuros: Rímini e Sofía se juntam muito jovens e se separam, amistosamente, depois de 12 anos. De uma maneira ou de outra, a relação que eles viveram não os deixa tranqüilos.
Na saída do cinema, a conversa era animada. Os amigos (homens) achavam o filme tão apavorador quanto "Atração Fatal", de Adrian Lyne: para eles, Analía Couceyro, como Sofia, era mais inquietante que Glenn Close, justamente por parecer menos louca. Nossos objetos de amor talvez sejam sempre assim, familiares até o dia em que, na hora de uma separação, a própria paixão os torna totalmente estranhos.
As amigas respondiam que a causa do problema era a fraqueza do protagonista masculino. De fato, Rímini (Gael García Bernal) parece seguir o desejo de todas as mulheres que ele encontra, sem nunca descobrir e afirmar o seu.
Outra discussão dizia respeito ao fim do filme: será que Rímini conseguira se livrar do passado, de vez? Eu pensei que não, que talvez ele tivesse conseguido se livrar das atenções incômodas de sua antiga companheira, mas não há amnésia que possa acalmar o passado.
A história de Rímini e Sofía me evocou um trecho da autobiografia de Tchecov ("Minha Vida", ed. Nova Alexandria), em que o escritor comenta que o ditado "tudo vai passar" pode tanto aliviar nossa tristeza com a idéia de que dias melhores virão quanto mitigar nossa euforia com a idéia de que as vacas magras voltarão. Mas, por útil que seja, essa sabedoria é falsa: nada passa, nunca; tudo o que acontece é indelével.
Acrescento: sobretudo os amores, por mais que acabem, continuam vivendo, subterrâneos, dentro de nós, porque, bem ou mal, são essas as vivências que mais nos formaram e transformaram.
A estética do filme de Babenco me tocou tanto quanto a história de Rímini e Sofía. Por exemplo, os personagens circulam por interiores abarrotados de restos do passado: livros, fotografias, quadros, os inúmeros objetos que, a cada mudança de casa, confirmam que nunca conseguimos deixar para trás os vestígios de nossa vida pregressa. Num momento do filme, Rímini se fecha, desesperado, num apartamento vazio; rapidamente, ele se encontra imerso numa montanha de restos: o lixo se acumula como prova irrefutável de que nem na derrelição é possível começar do zero.
À primeira vista, isso pode parecer estranho. Afinal, estamos acostumados a pensar que, na modernidade, os indivíduos são definidos por suas potencialidades futuras mais do que pelo passado. Não é assim?
Pois é, não exatamente. A modernidade começa quando paramos de deixar que a tradição diga quem somos. Não terei necessariamente a mesma profissão que meu pai, não serei nobre porque ele foi, não viverei no mesmo lugar dos meus antepassados, não escolherei meus amores para preservar a integridade de minha casta, religião ou raça e por aí vai.
Mas se o legado da tradição se torna menos relevante, é justamente porque o que me constitui é minha história -não apenas a intensidade do momento e a audácia de meus planos, mas o conjunto das experiências que vivi.
No começo da Revolução Francesa, o povo queria fazer tábua rasa: eliminar os nobres pela guilhotina e seus vestígios pelo fogo. Após um vigoroso debate, os vestígios foram poupados, e foram inventados os museus públicos. Poucas décadas depois, nasciam os conceitos de patrimônio histórico e de preservação dos monumentos. Ao mesmo tempo, surgia um interesse, que nunca mais se desmentiu, pela narração e pela compreensão da história.
Não funcionamos diferente: é possível guilhotinar os amores do passado ou (menos radical) apagar seus números de nosso celular, é possível até queimar fotografias -embora dificilmente sacrificaremos aquele desenho que compramos juntos, num sábado, na praça Benedito Calixto. De qualquer forma, mais que a lembrança, os rastros do passado sempre assombram o presente e o futuro.
Quando decretamos novos começos, ilusórios ou não, nem por isso conseguimos apagar nossa história: podemos apenas contá-la mais uma vez, quem sabe revisá-la ou corrigi-la, para pior ou para melhor.