domingo, julho 24, 2011

Crônica da morte anunciada- Amy Winehouse


Esta foto mostra fragilidade- abandono e a exposição de sua vida.


Vale a pena ler:

Folha.com - Ilustrada - Nina Lemos: Amy Winehouse, a cabra marcada para morrer - 23/07/2011.

Penso o mesmo. A morte era anunciada. Morbidamente esperada. O banquete está servido. Me dói isso tudo.
Pensei ontem que, felizmente, não vemos muitas histórias com fins trágicos aqui no Brasil- nós temos muitos viciados e acho que sei o porquê: somos um povo mais amoroso. Uma família que tenha alguém nesta situação faz algo: leva para o centro espírita, para Igrejas, médicos... as mães se desesperam... Onde estavam os pais desta jovem?
O tipo de droga mais consumido aqui é a maconha e depois a cocaína, senão me engano. Heroína, felizmente, não tanto- agora o crack veio com força total e e arrasador.
Quantos talentos foram destruídos por esta droga desde o século passado- é só lembrar os cantores de jazz ...
Toda droga, ( incluindo álcool), é uma droga e mata.

sábado, julho 23, 2011

O neto do Freud





Vejam mais aqui: Lucian Freud. Tres cuadros · ELPAÍS.com

Acho interessante o neto de Freud- aquele que descortinou nossa alma e mostrou a nosso lado sombrio.
Lucian Freud desnuda nosso corpo e o século XX.

quarta-feira, julho 20, 2011

Sigmund Freud: Conflict & Culture




Um pouco sobre Freud para quem se interessa. Este site é muito legal.

Aqui: From the Individual to Society -- Sigmund Freud: Conflict & Culture (Library of Congress Exhibition)
  

Copiei este início. Há muito mais lá.

 

SECTION ONE


Formative Years

"Sigismund Schlomo Freud was born on May 6, 1856, in the small town of Freiberg, now part of the Czech Republic. In 1860 the family settled in Vienna where Sigmund, as he came to call himself, received an education emphasizing classical literature and philosophy -- an education that would serve him well in developing his theories and conveying them to a wide audience. The cultural ferment, ethnic tensions, and class conflicts of fin-de-siècle Vienna were part of Freud's daily existence. The city was a hothouse for radical innovations in politics, philosophy, the arts, and sciences. Freud chose early to concentrate on research in neurology, a field in which the frontiers of knowledge were changing dramatically. Financial concerns eventually led him to pursue clinical work with patients. His analyses of patients and of himself became the chief sources for his professional writings."

terça-feira, julho 19, 2011

O mundo hoje- homofobia







Leiam aqui: Pai e filho são confundidos com casal gay e agredidos por grupo em São João da Boa Vista, SP - O Globo

Chocante! Absurdo! Onde vamos parar? Precisamos todos dar um basta nisto. É intolerável
este tipo de violência. Viveremos agora reféns de sujeitos agressivos e doentes? Só seres doentes são capazes de tal violência!
O afeto entre pessoas do mesmo gênero, sejam amantes, amigos, parentes, precisa ser respeitado.
O outro precisa ser respeitado.
Ontem vi na TV. que colocaram fogo num homem que vivia nas ruas no Rio de Janeiro- isso é de uma brutalidade e desumanidade tal que chocam e entristecem.

quinta-feira, julho 14, 2011

Mais sobre desejos, por Contardo Calligaris





Vale a pena ler os artigos do Contardo sobre desejo. Ai estão para vocês:



Contardo Calligaris - Volta da Flip


Qualquer escolha significa desistir de desejos nossos aos quais preferimos outros, também nossos



Na coluna da semana passada, escrevi sobre a facilidade com a qual desistimos de nossos desejos e, com isso, às vezes, passamos décadas pensando em outras vidas, que poderiam ter sido as nossas se tivéssemos tido a ousadia de correr atrás do que queremos.

A coluna terminava com uma exortação à coragem de agir e com uma explicação possível: desistimos para evitar a dor de fracassar. Pensar que nem tentamos conseguir o que tanto desejávamos seria menos doloroso do que constatar que tentamos e não conseguimos. A desistência seria mais suportável do que o eventual malogro.

Numerosos leitores me escreveram, evocando (e lamentando) alguma desistência passada. O que não é surpreendente: somos quase todos assombrados pela sensação ou pela lembrança de ter desistido (na escolha de uma profissão, de um amor ou de um casal).

A razão é aparentemente simples. Faz dois séculos que nossa origem não determina nosso destino. Não seremos marceneiros só porque esse foi o ofício de nosso pai e avô. Não nos casaremos por tradição nem segundo a escolha das famílias. Escolheremos sempre por gosto ou por amor. Ou seja, temos a incrível pretensão de viver segundo nosso desejo.

E aqui a coisa se complica, porque, neste mundo sem castas fechadas e com poucas fronteiras, as possibilidades são muitas e, talvez por isso mesmo, os desejos que nos animam são variados e, frequentemente, estão em conflito entre si.

Ou seja, escolhemos entre caminhos diferentes, oferecidos pelas circunstâncias da vida, e também entre desejos que são todos nossos. Qualquer escolha implica perdas (dos caminhos que deixamos de percorrer) e desistências (de desejos nossos aos quais preferimos outros, também nossos).

Um leitor, Augusto Bezerril, pergunta se desistir de um sonho não é apenas o efeito de um conflito. Ele tem razão: em muitos casos, desistimos de um sonho para nos dedicar a outro, esperando resolver assim um conflito interno.

Outra leitora, Ana Chan, pergunta se "desistir dos desejos significa viver em frustração". Talvez haja algo disso na nossa insatisfação: a variedade de nossos desejos torna a satisfação difícil, se não impossível.
Mas o fato de ter que escolher entre desejos alimenta outra forma de insatisfação: não tanto uma frustração quanto uma espécie de nostalgia do que não foi -um afeto moderno, como é moderna a pluralidade de nossos sonhos.

Alguns dizem que é por isso que a ficção se torna tão importante na modernidade, para que possamos imaginar (e viver um pouco) as vidas das quais desistimos, os caminhos pelos quais não enveredamos.
Agora, a escolha entre desejos diferentes não é a desistência mais custosa: há indivíduos que não desistem de tal ou tal desejo, eles desistem de desejar. Aqui o afeto dominante não é mais a nostalgia, mas uma culpa da qual a gente parece nunca se curar: a culpa de ter traído a nós mesmos, de ter desprezado nosso sonho mais querido. Essa sensação é especialmente forte quando alguém considera que silenciou seu sonho de infância.

Mais uma leitora, Janaina Nascimento, pergunta: "Você nunca desprezou seu próprio desejo?" (e acrescenta: "Acho que você não vai responder").

Pois bem, desisti de vários desejos a cada encruzilhada, e, às vezes, com a impressão de estar traindo meu maior sonho. Por exemplo -pensava eu, voltando da Flip-, quando sou levado a falar de como me tornei romancista, acabo contando que escrever histórias era tudo o que queria desde os nove anos de idade, mas desisti aos 20, para me conformar à expectativa familiar de que eu fosse para a faculdade. Essa história é verídica e parece ser mesmo uma história de renúncia ou de desistência.

Mas será que é isso mesmo? Será que a gente desiste e renuncia? É possível. Mas a renúncia e a desistência são, antes de mais nada, jeitos melodramáticos de contar nossa história de modo a mantermos a ilusão confortável de que temos uma essência e somos definidos por desejos fundamentais -que (obviamente) não deveríamos trair.

De fato, a vida comporta poucas traições radicais de nós mesmos e de nossos desejos, e muitas soluções negociadas, espúrias, pelas quais a gente busca conciliar desejos diferentes com acasos, oportunidades e outros acidentes, reinventando-se a cada dia.

PS: Se você não abriu o link lá no início abra aqui.
PS2: Artigos do jornal Folha de São Paulo. 

quinta-feira, julho 07, 2011

Adolescência- Gravidez precoce




Gravidez precoce



Quando vi o programa de Serginho Grossman com a Sue Johanson no Brasil a Sue ficou espantada ao saber que as jovens apesar de informadas, saberem que é preciso se prevenir contra a gravidez, muitas engravidam. Sue ficou com cara de espanto, quando o Serginho perguntou para a platéia se conheciam alguma jovem adolescente que tenha engravidado, praticamente todos conheciam.

O que acontece? Por que nossos jovens apesar de informados não usam camisinha ou outro tipo de cuidado?

Vou copiar aqui o trecho de uma palestra que faço para pais de adolescentes. Como é uma palestra para pessoas de todos os níveis sociais eu escrevo e falo numa linguagem acessível a todos.


Gravidez precoce.


Uma mocinha que engravida aos 13/14 anos, na maior parte das vezes, não acreditava que ficaria grávida.

Vocês se lembram dos seus pais dizendo : “cuidado com a bicicleta” ou cuidado para não cair e você estar certo de que o pai ou a mãe estava exagerando, pois tinha certeza que não ia acontecer nada. Muitas vezes, não aconteceu, mas noutras aconteceu. O mesmo se dá com a gravidez, a jovem não acredita que aquela relação vá levá-la à gravidez, ou pensa que com ela não irá acontecer, este pensamento nós chamamos de mágico, onipotente, só porque pensa não irá acontecer, é assim que o jovem pensa.

O rapaz geralmente não está nem aí, para ele o problema é dela. Ele está errado porque no caso de uma gravidez ele também será responsabilizado, mas a sociedade coloca o problema maior para a mulher, quem não se preveniu foi ela, quem foi leviana foi ela, mas ela não estava fazendo sexo sozinha.

Muitas vezes a moça fica grávida na primeira relação, que é uma relação difícil para os dois, uma relação tensa, cheia de ansiedades, na maior parte das vezes. Ele sem querer usar camisinha para não falhar e ela ansiosa, não quer fazer nada que possa aborrecê-lo, também não quer parecer mais experiente que ele- “viu a safadinha, já sabia usar camisinha...” ou para mostrar que o quer de qualquer forma mesmo correndo risco.

Adolescente gosta de desafios e jogar com a possibilidade de engravidar ou não, pode ser uma jogada inconsciente na sorte ou o desejo de ter uma identidade própria, será mãe. Muitas vezes esta jovem é completamente invisível socialmente, a gravidez dá visibilidade a ela.

Quantos de vocês devem ter tido a primeira relação atrapalhada, apressada, às vezes em lugares impróprios.

Como resolver esta questão? Não é fácil, mas também não é impossível, tudo se resolve.

Quando acontece a gravidez geralmente fica escondida até não poder mais, tentam coisas para abortar, pulam,tomam aspirinas, coisas que as amigas ensinam.

As jovens não têm coragem de falar com os pai o que ocorre, até que fique tão evidente que não há mais como esconder. Então o que os pais devem fazer?

Tentar não se desesperar nem fazer escândalo, tudo tem saída.

Os pais geralmente gritam, esperneiam, até verem que não há outra saída a não ser tentar ser razoável.

Vem a culpa, “a culpa é tua, devia ter falado com ela!” “é tua, sempre distante, não toma conhecimento com os filhos!” e por aí vai...

Não adianta tentar encontrar os culpados, é hora de conversar, o que não foi conversado antes, procurar ajuda de gente mais esclarecida, mais madura e procurar um médico.

O pai do futuro bebê já sabe? Precisa saber, precisa ser responsável também, no caso do seu filho ser o homem, o pai, precisa assumir a paternidade, ser responsável. Se não se amam é melhor que não oficializem a relação, são muito jovens, terão outras relações amorosas.

Se a moça não quer o filho será necessário o apoio de um psicólogo/a, um médico para orientar.

Os avós serão sempre avós, não devem assumir o neto/a como se fosse seu filho, isto trará problemas futuros, os jovens precisam assumir suas responsabilidades, aos pais cabe ajudar no que for preciso, mas não assumir completamente a criança.

Aceitar as mudanças na vida é fundamental e todo adolescente nos colocará diante de situações novas. As crises são boas para melhorarmos, para crescermos, aproveitem as crises e se renovem.

Como vocês vêm eu não falei em aborto, nem educação sexual, deixo para outro dia.
Aborto é um tema que preciso abordar com cuidado nas palestras, é um tema tabu ainda.

Vocês concordam com o que eu disse no texto acima?