quarta-feira, junho 15, 2011

Esperança




Este vídeo é parte de um filme sobre Milton Santos. A primeira vez que vi e ouvi este homem falando fiquei encantada. Tudo que ele diz bate com que eu penso sobre cidades, sobre consumo, sobre os homens migrantes. Vejam o vídeo- é um homem que nos orgulhou pelo mundo afora- foi reconhecido como um grande pensador na sua área.

terça-feira, junho 14, 2011

Por que o adolescente sofre?




Por que o adolescente sofre?


O adolescente passa por uma fase de grandes perdas- lutos.


Todos sabemos que o adolescente é tido como difícil, rebelde. Falamos do adolescente como o cara complicado, desagradável, do contra, de humor variável- pode rir num minuto, no outro chorar.
É a fase das mudanças hormonais que fazem mudar a voz, o corpo se transformar, deixar de ser criança.

Mas o que acontece com o adolescente? Poucos se importam.

Os pais se queixam, os professores reclamam...

O que se passa com eles poucos prestam atenção. Ele anda trancado no quarto, no banheiro, fora de casa o dia todo...
Talvez o desconforto que sinta o faça se isolar ou buscar grupos onde se identifique.


O adolescente passa por uma fase de grandes perdas- lutos.

Perde os pais infantis.
Aqueles pais que cuidavam dele com carinho, deixam-no muito solto, sem atenção, na maior parte das vezes, é ele quem tem que cuidar de si. E é difícil, a vida vira um caos, esquece compromissos, perde chaves, come o que é mais fácil...

Perde o corpo infantil.
Rapidamente seu corpo muda, pelos crescem, formas se delineiam, não é nem adulto nem criança. Ele percebe as mudanças acontecendo e sente-se impotente- cresce, desenvolve-se: “Até onde?”, pensa.

Perde a identidade infantil.
Neste processo muitas vezes se volta contra os pais- que foram as figuras mais importantes e com as quais se identificou. Precisa afastar- se para ser ele mesmo, o que causa estranheza - passa a questioná-los, ser do contra. O pai deixa de ser o super herói, a mãe deixa de ser a mãe maravilhosa e linda. É o processo de desmitificação dos pais.

A sexualidade torna-se premente- há mais desejo- e um mundo de descobertas. Há quase sempre muita insegurança. O que fazer com o corpo sexualizado pronto para compartir prazeres? É preciso ter um par. É aqui que aparecem os maiores conflitos com os pais pela dificuldade que têm em aceitar que os filhos cresceram e têm sexualidade. Os pais querem controlar o que não é possível.

Perde o mundo infantil.
Onde havia proteção e não sente que haja espaços para ele: para algumas coisas ainda é criança, para outras já é tido como adulto. Quantos de nós dissemos: “Você não tem ainda idade para isso!”. Ou: “Você já está bem grandinho para isso.”
Perde dos jogos infantis.
Nesta fase ele não pode mais brincar como na infância. A menina precisa abandonar as bonecas. O menino brincadeiras próprias da infância.

O jovem vive na expectativa de que algo venha a acontecer e ele não sabe o que virá.
Tudo gera conflito e angústia.
Mas será que todos vivem a adolescência? Alguns precisam trabalhar desde muito cedo, outros são pais ou mães muito jovens, passam por estas mudanças sem terem possibilidade de entrar em crise. Sem terem tempo para sentir intensamente o que ocorre.

É bom lembrar que os pais vivem o mesmo processo de luto: enquanto o adolescente sofre com o crescimento e mudanças- que o impelem para o mundo fora de casa- os pais sofrem por perderem o controle do filho, por sentirem-se menos amados diante de tantas críticas, por perceberem que a vida escorre diante deles- enquanto o jovem tem tudo pela frente, muitos pais sentem-se frustrados e infelizes com suas escolhas.

Por que o sofrimento? Porque toda mudança provoca alguma crise.

É preciso aprender, neste momento rico, e renovar-se- há tempo para pais e filhos.