Este texto faz parte da blogagem coletiva solicitada por Luma Rosa.
O que dizer ainda sobre amamentação?
Fui buscar o que havia escrito antes, publico a seguir.
Ao nascer o bebê sai do conforto do útero e cai num mundo hostil, frio, cheio de sons estranhos, sente fome. Nada disto acontecia antes, vivia num ambiente onde todas suas necessidades eram supridas. A mãe vem e lhe dá o peito.
A primeira mamada ninguém esquece, é registrada como a primeira experiência de satisfação* e por mais que se busque satisfação igual, nunca alcançaremos. É um desejo que jamais será satisfeito.
A partir dai ele precisa da mãe, de uma mãe substituta ou mesmo um bico duro de borracha oferecido por um braço qualquer para suprir sua necessidade e seu desejo de mamar. Neste instante começa o vínculo mais importante e definitivo para todos nós- o vínculo com a mãe.
No início da vida o bebê não sabe distinguir seu corpo do seio mãe que lhe oferecem. Ainda não tem maturidade para isto, ele e a mãe formam um só ser, aos poucos ele começa a reconhecer a imagem do Outro(mãe)***, vai se separando.
Neste primeiro momento a mãe é boa e má- (Melanie Klein).
A mãe precisa aprender a reconhecer as necessidades do filho, distinguir os diversos choros: pode estar molhado, com frio, com calor, com cólicas, desconfortável, com sono ou com fome. Ou desejar apenas colo, o calor da mãe, o cheiro- bebês conhecem a mãe pelo cheiro. É mais fácil achar que é sempre fome, muitos confundem-se com os apelos.
A mãe suficientemente boa- como dizia Winnicott- vai saber dar aquilo que o filho precisa na medida certa.
Mas e as crianças que não têm mães ou não têm mães suficientemente boas? Estarão condenadas ao desamor ao abandono?
Muitas sofrerão de modo devastador, nunca terão o afeto que esperam, estarão sempre desejando mais e mais, outras, com mais sorte, terão uma mãe substituta- pode ser uma babá, uma avó, um pai, um funcionário/a de orfanato, todos poderão ser salvos. Mas há os que não serão os condenados, cairão ao primeiro empurrão que a vida lhes der, sofrerão mais que os outros de rejeição, serão perseguidos por abandonos- mesmo porque muitos irão buscar caminhos que os leve novamente ao abandono total que a mãe deixou com herança.
A mãe boa é a que deseja o filho**, desde antes dele nascer, ela o nomeará, o terá não como uma extensão dela, um apêndice. A mãe boa vai olhar o filho e reconhecê-lo, dirá a ele que o ama, deixará que se separe dela sem chantagens, sabendo que continuará sendo amado.
Bebês amamentados pelas mães são mais saudáveis, mais tranquilos, mais seguros, mais amados- com certeza serão pessoas que saberão encontrar os melhores caminhos na vida.
Leiam mais nestes textos que encontrei agora ao acaso, dei uma olhada apenas, leiam com visão crítica:
* Freud ou **aqui.
*** Aqui sobre o Estágio do espelho de Lacan.
2 comentários:
Oi, Elainne!
Não conhecia esse outro blogue!
Comentei no "Voo Noturno".
Sucesso e obrigada mais uma vez!
Beijus,
Obrigada,qrda.
Postar um comentário