segunda-feira, outubro 17, 2005

Bater numa criança. "Projeto palmada"













Esta semana o Prioridade Absoluta da ONG Cia Terramar fala do projeto de lei que proibe castigos físicos em crianças e adolescentes. Pediram alguma coisa sobre o assunto, mandei um pequeno texto, está mais abaixo.


Prioridade Absoluta.
A pauta dos direitos da infância e da adolescência

Rio Grande do Norte - Edição N° 96 - 17/10 à 24/10



Castigo físico contra crianças será considerado ilegal segundo projeto de lei


Castigo físico contra crianças será considerado ilegal segundo projeto de lei

Integrantes da frente parlamentar pela Infância querem que a proposta seja aprovada ainda este mês


O "Projeto Palmada", lei n° 2654/03, é uma iniciativa que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Civil garantindo que a criança e o adolescente não sejam submetidos a qualquer forma de violência física. A adoção de castigos, mesmo alegando quaisquer motivos, ainda que pedagógicos, implica necessariamente em dor física. Por causa disto, o texto da lei estabelece que quem pratica algum tipo de castigo físico contra crianças, seja pai, mãe ou professor fica sujeito á medidas educativas.

Qualquer forma de bater em criança e adolescente é punição corporal, e isso é violência. Por isso, os defensores argumentam que a palmada não condiz com a essência de respeito que a criança e o adolescente merece. Com este projeto, espera-se desvincular a consciência social de que a palmada serve como forma de disciplina.

Para a Psicóloga Elianne Abreu bater numa criança, mesmo que seja palmada será sempre um ato autoritário de alguém que está perdendo a autoridade. "Ao bater se cria um elo perverso entre quem bate e quem apanha há um certo prazer nisso o que acabará levando a problemas no futuro", o Conselho Tutelar da Zona Leste não costuma receber muitos casos de espancamento, segundo o conselheiro Cristiano Loia de Melo os casos de espancamento vão direto a delegacia especializada para dar queixa "É muito importante dosar limites entre uma palmada e uma agressão física".

Atualmente, aguarda-se a apresentação do relatório do projeto de lei pela deputada Tête Bezerra (PMDB-MT) para em seguida ser encaminhada a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR). A frente parlamentar pela Infância quer que a proposta seja aprovada até outubro.

Equipe da Companhia TerrAmar/

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Bater numa criança, mesmo que seja uma palmada será sempre um ato autoritário de alguém que está perdendo a autoridade.

Algumas pessoas pensam que batendo estão educando, não, batendo estão subjugando o mais fraco, criando um ser hostil, que mais tarde irá bater também. Uma criança precisa ser ouvida, respeitada, e ela só aprenderá a respeitar se for respeitada. Converse, olhe nos olhos, sente com ela sozinha, exponha sua opinião. Não subjugue nem subestime uma criança ou um adolescente. Ao bater se cria um elo perverso entre quem bate e quem apanha, há um certo prazer nisto o que acabará levando a problemas mais sérios no futuro. Algumas vezes crianças que apanham provocam os pais para apanhar mais, isto já se torna um gesto estranho. “Quer apanhar mais?”: diz o pai, ele quer, ele tem prazer em apanhar neste caso. Quantas vezes o pai ou a mãe só se aproxima ou vê o filho na hora que bate?

Há também a violência verbal que muitas vezes faz tanto mal quanto a física, ameaças, chantagens, frases ditas que jamais serão esquecidas. Muitas vezes uma língua ferina machuca tanto quanto um tapa ou uma correia até mais.

Algumas crianças ou adolescentes que apanham tornam-se adultos bastante comprometidos psicologicamente.

Conversar, não na hora da raiva, conversar com calma é o melhor sempre. Tanto pais quanto educadores.

19 comentários:

Anônimo disse...

Mani, concordo com você muitas vezes uma frase dita repercute por ums vida toda, sabemos os danos que causam trazendo baixa auto estima, insegurança, medo.
Obrigada pela participação aqui. Bj Elianne

Anônimo disse...

Acho que violência física e verbal vêm juntas, na maioria das vezes. Quem fala (conversa) não precisa chegar ao ato de bater. Quem bate é porque não foi capaz de articular os sentimentos em palavras. E acho que as pessoas sabem muito bem que o que falam machuca e muito e que produz marcas que são carregadas pela vida inteira, e que não há como curar em 90% dos casos, porque nem todo mundo pode ir a uma terapia cuidar dessas marcas invisíveis. Já ouvi histórias tão absurdas de ambos os tipos de violência que às vezes acho hipócrita as pessoas falarem que na sociedade ninguém é compreensivo com ninguém, que a violência é grande. Como se o ambiente doméstico fosse santificado. Beijos, Elianne, adorei vir aqui e ler você

Anônimo disse...

Lou,prazer em vê-la por aqui.
Você está certa, mesmo as terapias demoram a "curar" os estigmas, as marcas que as palvras deixaram.
Obrigada por ter vindo participar.

Anônimo disse...

A criação de leis, apesar de não garantir a sua execução, inibe e provoca mudanças comportamentais nos mecanismos de educação/aprendizado-, principalmente quando nessa realidade está inserida a "pedagogia da palmada".
Quem usa qualquer meio de coação(seja palmada ou não!), disfarça e atenua culpas e responsabilidades em se educar com prêmios e castigos. Mesmo conscientes- ou não!- de que a infância é caracterizada por brincadeiras e atividades lúdicas(o que torna claro que não são os conteúdos que geram resistência nas crianças e sim os métodos),a sociedade(pais, escolas) submete a criança a verdadeiras "olimpíadas", cujo objetivo é enquadrá-la nos moldes estabelecidos pelos padrões convencionais. E evidentemente, não há compreensão no mundo que faça uma criança assimilar positivamente essa transgressão.
Seria ingênuo e piegas não admitir o uso da palmada! Só que as proporções se desmedem e o risco consiste exatamente na perda do bom senso e do equilíbrio, o que, por si só, já é um ultrage.
A inocência é então impregnada por atitudes bestiais as quais se denomina "educação", o que, sabe-se o comprometimento (e muito!) de toda uma formação psicológica- mas, infelizmente, é dissimulada pela constatação do "dever cumprido"-(mesmo com culpas.).

Vivian Massignan disse...

Eu apanhei algumas vezes quando era criança. Não lembro muito disso, nunca foi muito violento, pra machucar. Mas me lembro bem da violência verbal, essa machucava mesmo. É engraçado que hoje em dia às vezes comento com a minha mãe sobre algum episódio que me magoou e ela não lembra, às vezes nem acredita que aconteceu, que ela disse "aquilo". Mas eu lembro muito bem.
Acho que uma palmada de vez em quando, dentro dos limites, claro, não mata nem traumatiza ninguém. Sou contra, mas como não tenho filhos ainda não posso garantir minha reação num momento histeria-birra-total. Espero que me controle. Mas sobre a violência das palavras, essa eu tenho certeza que vou controlar, não quero que meus filhos guardem lembranças como as que eu tenho. Nada que comprometa meu relacionamento com meus pais hoje em dia, mas eu bem que podia ter ficado sem isso.

Wilton Chaves disse...
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Anônimo disse...

Meu Amor, tá bombando, tá muito bommmmmmm. Gostei da idéia, ainda mais, você que tem familiaridade com estas idéias do nosso interior.Bola pra frente, Menina Linda, que eu adoro.Um grande abraço apertado e dois beijos. Outros abraços para os filhos.

Anônimo disse...

Tânia, acredito que existem exageros no que dizemos às vezes, escrever para pessoas que não conhecemos é sempre um risco. É impossível eu dizer, ou alguém da minha área, que aprova a palmada como forma de educar.
Naturalmente muitas palmadinhas dadas são inofensivas, mas muitas não, como dizer que a palmada não faz mal se sabemos que há pais que batem até sangrar? Bater não resolve no meu ponto de vista.

Anônimo disse...

Viva, é isto aí, muitas vezes a palavra dói mais porque fica para sempre. Que bom que não mudou seu relacionameto com os pais,mas muitas pessoas têm a vida comprometida por causa dito, sabemos.

Anônimo disse...

Dai certíssima você, bom lembrar Foulcaut.
Escreva sobre isto no seu blog que eu divulgo, esta semana está na pauta dos jornais, será votado ainda em outubro, parece.
Que desconfiamos, desconfiamos, como confiar naquele pessoal, não é?
Hoje iam votar sobre aborto, se não me engano, outro assunto polêmico.

Anônimo disse...

Wilton, meu querido, obrigada, vc sempre exagerado nos elogios, né?
Que bom que gostou, venha mais, comentar, afinal tem como contribuir com a sociologia, vamos lá, rapaz.
bjos

Anônimo disse...

Elianne,
Não sou a favor da palmada nem de nenhuma forma de coação pra se educar. Disse somente q negar a existência desses métodos(mesmo atenuados) é, sem dúvida, negar uma instituição criada para "educar" cujos aspectos,claro, devem ser questionados e avaliados para q se modifique toda uma ação de cunho educativo.

Anônimo disse...

Tenho um filho de 13 anos, está na sétima série, a professora de português mandou ler " A mão e a luva' de Machado de Assis, ele não consegue ler. Reclama do vocabulário, diz que é tudo diferente. Não sei o que faço, já falei coma Escola, querem estudar a grafia da época, século IXX. Fico me sentindo mal por não ter lido mais para ele quando pequeno, eu criava historinhas, mas estava sempre cansada, trabalhava até de noite, não conseguia nem ler para ele. Agora quer ler só ´História em Quadrinhos. O que a Sra acha?

Anônimo disse...

Ana,
Entendo sua dificuldade. Temos referências literárias maravilhosas que não significam muito pros nossos filhos até pela linguagem facilitada e padronizada pela "era" dos "ORKUTS" e etcs.(permissivas por nós!),que nos faz crer que sejamos coniventes com o despropósito anti-padrão só pra nos sentirmos "atualizados" nos desmandos e falta de limites de uma nova geração.
Vão existir novas e novas geraçãoes, mesmo assim, as referências(e conceitos! -mesmo revistos!), não podem e não devem ser despersonalizados simploriamente como uma "plugarização" de um mundo sempre "antenado" em atender a uma demanda de inversão de valores.
É preciso ter cuidado.

Unknown disse...

ola tenho uma filha de 6 anos que e um doce de menina, estou separado a uns 4 meses e sei que ela ta sentindo hj estavamos saindo de casa e pegamos a cachorrinha para passear e ela pegou no colo uma york pequena antes de entrar nmo carro minah filha deixou ela cair e ela quase foi pra rua, eu fiquei bravo com ela e peguei a cachorra e dei um tapa na mao dela com uma certa forca ela comecou a chorar e eu disse que ela podia ter atravessado a rua e ser atropelada e que ela deveria ter dito que nao estava aguentando segurar a cachorra ela pdoeria ter morrido, ela entendeu mas eu fioquei com a conciencia pesada pq ela e meio desligada como a mae o que eu faco nao quero mais bater nela e quero educar ?
meu email pablopalumbo@hotmail.com
me enviem sugestoes por favor

pablo palumbo !!!

ah como posso me redimir com ela fiquei muito triste em ter batido nela !!!

Anônimo disse...

Lei inócua, como muitas outras que recheiam nosso código civil.
Se o objetivo foi de colocar em evidencia a questão da violência contra a criança, a estratégia foi boa e vem alimentando muita discussão a respeito.
Mas realmente não precisamos desta lei para entender e lidar com a agressão, seja física quanto psicológica, contra crianças, idosos e qualquer tipo de ser humano, bastam as leis existentes. Qualquer juiz, delegado ou promotor sabe reconhecer uma agressão e qualquer tipo de agressão é uma infração prevista em lei, seja contra um estranho ou seu próprio filho.
Cuidado deve ser tomado para que este tipo de lei desnecessária não se torne um instrumento de terrorismo psicológico contra os pais na tarefa de educar seus filhos.
Há varias formas de dar palmadas e beliscões, quando são educativos não agridem nem deixam seqüelas, basta um olhar sobre o nossa própria história de vida. Essas coisas fazem parte da cultura e a cultura não se impõe por lei, ela vai mudando com o tempo acompanhando novos conceitos e isso tem acontecido naturalmente.
Confundir um processo educacional com porrada, mutilação, abuso de qualquer natureza é coisa de gente alienada, que acha que vai impor sua forma de pensar na base da lei escrita. Tudo isso é próprio dessa turma que esta ai no poder. Lamentavelmente.
Roberto

galgarve disse...

"Bater numa criança, mesmo que seja uma palmada será sempre um ato autoritário de alguém que está perdendo a autoridade." Xingar, trancar num quarto escuro, mandar ficar virado para uma parede por 2 min em público, levar todas as crianças para o parque e deixar apenas uma em casa, de castigo, imaginando o quando as outras estão se divertondo... isso não é um ato autoritário também?? Que babaquisse é essa?? Os pais que ESPANCAM os filhos, e não apenas dão palmadas, vão continuar o fazendo independente de ter essa p**** de lei ou não. Mas agora o pai que quiser punir o filho, tem que ser de qualquer maneira que não seja a palmada, porque se não entra em cana???
Brasil, moral de cueca uma vez mais

Diego disse...

eh.. as pessoas sao muito ignorantes mesmo.. vivemos num planeta de retardados... bater numa criança nao faz ela virar um agressor...
tudo se aprende pelas palavras.. eu e minha irma ja apanhamos muito quando eramos crianças... teve uma vez que eu pensei que minha mae fosse me matar... o jeito que ele me batia nao era pra dexar nada inchado que nem nessa foto... isso nao eh apanhar... eh ser surrado quase intensamemte... hoje eu tenho 22 anos e minha irma 23... nao resolvemos nada na agressao fisica... apanhar dos pais nao transforma os filhos em marginais... e sim o que vc aprende com os pais pelas palavras... um amigo meu soh sabe resolver as coisas no quebra pau.... pq?
na casa dele ele apanhava tbm... mais a mae dele falava que se ele apanhasse na escola quando chegasse em casa iria apanhar dinovo... (iria apanhar por ter apanhado) isso que nao deve ser ensinado..
levar uns beliscões eh sim uma foa de controlar as crianças... ou vcs esqueceram que ja foram crianças um dia? criança soh escuta o que quer...

Magda disse...

Esta semana minha filha de 16 anos queria ir a uma festa mas com ela nao vinha tendo um bom comportamento ja a algum tempo eu disse que ela nao iria ela retrucou e me respondeu em voz alta Eu vou sim entao calmamente olhei pra ela disse Nao vc nao vai ela passou por mim me empurrando eu disse quero ver quem vai me impedir ja falei com o advogado vou morar com meu pai eu novamente lhei pra ela indignada com tudo aquilo e novame te disse eu vou te impedir por que mando em vc eu decido se vc pide ou nao sair e mais uma vez ela me encarou e disse eu vou se quizer pode me bater vai ser melhor serve de prova pros advogados entao eu bati dei umas cintadas nas pernas dela e ela nao foi nao precisava ter batido assim como nao precisava ela me enfrentar